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A000e Aristóteles, Ética a Nicômaco



1 Pois é característica do homem instruído buscar a precisão, em cada gênero de coisas, do mesmo modo que é insensato aceitar um raciocínio apenas provável da parte de um matemático, e exigir demonstrações científicas de um retórico. (...) um homem jovem não é bom ouvinte de aulas de ciência política. (pág. 19) (...)

2 O homem é um animal político. (...) Definimos a auto-suficiência como aquilo que, em si mesmo, torna a vida desejável por não ser carente de nada. E é desse modo que entendemos a felicidade. (pág. 26) (...)

3 O começo é mais que metade do todo, (...) com uma opinião verdadeira todos os dados se harmonizam, mas com uma opinião falsa os fatos não tardam a colidir. (pág. 28) (...)

4 A felicidade necessita igualmente dos bens exteriores, pois é impossível, ou pelo menos não é fácil, praticar ações nobres sem os devidos meios. (pág. 30) (...)

5 Há duas espécies de virtude, a intelectual e a moral. A primeira deve, em grande parte, sua geração e crescimento ao ensino, e por isso requer experiência e tempo; ao passo que a virtude moral é adquirida em resultado do hábito. (pág. 40) (...)

6 Não é, portanto, nem por natureza nem contrariamente à natureza que as virtudes se geram em nós; antes devemos dizer que a natureza nos dá a capacidade de recebê-las, e tal capacidade se aperfeiçoa com o hábito. (pág.40) (...)

7 Efetivamente, as coisas que temos de aprender antes de poder fazê-las, aprendemo-las fazendo; por exemplo, os homens tornam-se arquitetos construindo, e tocadores de lira tocando esse instrumento; e do mesmo modo, tornando-nos justos praticando atos justos, moderados agindo moderadamente, e igualmente com a coragem, etc. (pág. 40 e 41) (...)

8 É mais difícil lutar contra o prazer do que contra o sofrimento, para usar uma frase de Heráclito. (pág.44) (...)

9 Está certo, então, dizer que é pela prática de atos justos que justos que o homem se torna temperante, e sem essa prática ninguém teria sequer a possibilidade de tornar-se bom.

10 Porém, a maioria das pessoas não procede assim. Refugiam-se na teoria e pensam que estão sendo filósofos e dessa forma se tornarão bons, de certo modo parecendo com enfermos que escutassem atentamente os seus médicos, mas nada fizessem do que estes lhes houvessem prescrito. Assim com a saúde destes últimos não pode restabelecer-se com esse tipo tratamento, a alma dos primeiros não se tornará melhor com um tal curso de filosofia. (pág. 46) (...)

11 Por paixões quero significar os apetites, a cólera, o medo, a audácia, a inveja, a alegria, a amizade, o ódio, o desejo, a emulação, a compaixão, e de um modo geral os sentimentos que são acompanhados de prazer ou sofrimento (pág. 46) (...)

12 Por exemplo, pode-se sentir tanto o medo, a confiança, o apetite, a cólera, a compaixão, e de uma forma geral o prazer e o sofrimento, em excesso ou em grau insuficiente; e em ambos os casos, isso é um mal. Mas senti-los no momento certo, em relação aos objetos e às pessoas certas, e pelo motivo e da maneira certa, nisso consistem o meio-termo e a excelência característicos da virtude. (pág. 48) (...)

13 Os homens são bons de um modo apenas, porém são maus de muitos modos. (pág.49) (...)

14 A natureza da virtude é visar à mediania nas paixões e nos atos. (pág. 54) (...)

15 Em todas as coisas, contra o que mais devemos nos precaver é o prazer o que é agradável, pois não podemos julgá-lo com imparcialidade. (...) Se não dermos ouvidos ao prazer, correremos menos perigo de errar. (pág. 55) (...)

16 Desse modo, como o objeto de escolha é uma coisa que está ao nosso alcance e que desejamos após deliberação, a escolha é um desejo deliberado de coisas que estão ao nosso alcance, pois, após decidir em decorrência de uma deliberação, passamos a desejar de acordo com o que deliberamos. (pág. 64) (...)

17 Na verdade, até ocorre que um homem seja punido por sua própria ignorância, no caso de ser julgado responsável por ela, como nas penalidades dobradas para os ébrios. Com efeito, o princípio motor está no próprio indivíduo, pois ele tinha o poder de não se embriagar, e o fato de ter-se embriagado foi a causa da sua ignorância. Punimos igualmente as pessoas que ignoram quaisquer prescrições das leis que a todos cumpre conhecer, e podem facilmente conhecer, e do mesmo modo em todos os casos que dependa dos culpados o não ser ignorantes, uma vez que poderiam ter-se informado de uma maneira mais zelosa. (pág. 66) (...)

18 Visar ao fim não depende da nossa escolha, mas é preciso ter nascido com uma visão moral, por assim dizer, que nos permita julgar corretamente e escolher o que é verdadeiramente bom; e será bem dotado por natureza quem o possui. Com efeito, essa visão moral é o que há de mais nobre, e é algo que não podemos adquirir nem aprender de outra pessoa, mas o temos sempre tal como nos foi dado ao nascer; e ser bem e nobremente dotado dessa qualidade é a excelência perfeita no que tange aos dotes naturais. (pág. 67) (...)

19 O covarde é, por isso, um homem sem esperança, pois teme todas as coisas. O corajoso, em contraste, tem a disposição contrária, pois a confiança é a marca característica de disposição esperançosa. (pág. 71) (...)

20 Efetivamente as crianças vivem a mercê dos apetites, e nelas o desejo do que é agradável é mais forte. Se não forem preparadas para ser obedientes e submissas ao principio racional, irão a grandes extremos, pois em um ser irracional o desejo do prazer é insaciável (...) quando os apetites são numerosos e violentos, acabam destruindo a própria capacidade de raciocinar. (pág. 80) (...)

21 Sem virtude não é fácil carrega condignamente os bens da fortuna. (pág. 92) (...)

22 Ocultar os sentimentos, isto é, preocupar-se menos com a verdade do que com opinião dos outros, é característico de um covarde. (pág. 93) (...)

23 Aqueles que não se encolerizam com as coisas que deveriam provocar sua ira são considerados tolos. (pág. 95) (...)

24 Suportar insultos, quer dirigidos a si próprio, quer dirigidos aos amigos, é próprio de escravos. (pág. 96) (...)

25 Digerir a cólera sozinho é coisa que leva muito tempo. (pág. 96) (...)

26 O justo, portanto, é aquele que cumpre que cumpre e respeita a lei e é probo, e o injusto é o homem sem lei e ímprobo. (pág. 104) (...)

27 O mal menor, em certo sentido, é considerado um bem. (pág. 104) (...)

28 Os atos prescritos pela arte do legislador são conforme à lei, e dizemos que cada um deles é justo. Nas disposições sobre todo os assuntos, as leis visam à vantagem comum, seja a de todos, seja a dos melhores ou daqueles que detêm o poder ou algo semelhante, de tal modo que, em certo sentido, chamamos justos os atos que tendem a produzir e a preservar felicidade e os elementos que a compõem para a sociedade política. (pág. 104 e 105) (...)

29 São consideradas verdadeiras as palavras de Bias, “o exercício do poder revela o homem” (pág. 105) (...)

30 Mas já que ilegítimo é ímprobo não são a mesma coisa, diferenciando-se entre si como a parte é diferente do todo (tudo o que é ímprobo é ilegítimo, mas nem tudo que é ilegítimo é ímprobo) (pág. 107) (...)

31 É indiferente que um homem bom tenha lesado um homem mau, ou o contrário, e nem se é um homem bom ou mau que comete adultério; a lei considera apenas o caráter distintivo do delito e trata as partes como iguais, perguntando apenas se uma comete e a outra sofre injustiça, se uma é autora e a outra é vítima do delito. (pág. 110) (...)

32 Deve haver entre o número de sapatos trocados por uma casa (ou por uma determinada quantidade de alimento) a mesma proporção que há entre o valor do trabalho do arquiteto e o do sapateiro, pois, se assim não for, não haverá troca nem intercambio. E essa proporção não estará assegurada, a menos que os bens sejam iguais de algum modo. Todos os bens devem, portanto, ser medidos por um só e único padrão, como dissemos acima. Ora, na verdade essa unidade é a procura, que mantém unidas todas as coisas (pois se os homens não necessitam dos bens uns dos outros, ou não necessitassem deles igualmente, não haveria troca, ou pelo menos não a mesma espécie de troca); mas o dinheiro tornou-se, por convenção, uma espécie de representante da procura, e se chama dinheiro (pág. 113 e 114) (...)

33 Um homem age de maneira justa ou injusta sempre que pratica tais atos voluntariamente. Quando os pratica involuntariamente, ele não age nem injusta nem justamente, a não ser por acidente (ou seja, fazendo coisas que resultem em justiças ou injustiças). E o que determina se um ato é justo ou injusto é o caráter voluntário ou involuntário do ato; (...) haverá coisas que são injustas, sem que no entanto sejam atos de injustiça, se a voluntariedade também não estiver presente. (...) por voluntário quero significar tudo aquilo que um homem tem o poder de fazer e que faz com conhecimento de causa, isto é, sem ignorar qual a pessoa afetada por seu ato, qual o instrumento usado, e qual o fim a ser alcançado (...) além disso, nenhum desses atos deve ser acidental nem forçado. (pág. 118 e 119) (...)

34 Consequentemente, aquilo que se faz na ignorância, ou que, embora feito com conhecimento de causa, não depende do agente, ou que é praticado sob coação, é involuntário (há até muitos processos naturais que realizamos ou sofremos, tendo conhecimento deles, e todavia nenhum deles podemos qualificar de voluntário ou involuntário, como, por exemplo, envelhecer ou morrer). (pág. 119) (...)

35 Quando o dano ocorre contrariando o que era razoável esperar, trata-se de um infortúnio. (pág. 120) (...)

36 Quando age com o conhecimento do que faz, mas sem deliberação prévia, é um ato de injustiça; por exemplo, os que se originam da cólera ou de outras paixões necessárias ou naturais ao homem. De fato, quando os homens praticam tais atos nocivos e errados, agem injustamente, e seus atos são atos de injustiça, mas isso não quer dizer que os agentes sejam necessariamente injustos ou malvados, pois o dano não se deve ao vício. (pág. 120) (...)

37 As pessoas pensam que, como agir injustamente depende delas, é fácil ser justo. Enganam-se, porém (pág. 123) (...)

38 A justiça é algo essencialmente humano. (pág. 124) (...)

39 O eqüitativo ser justo, porém não o legalmente justo, e sim uma correção da justiça legal. (pág. 125) (...)

40 Por conseguinte, quando a lei estabelece uma lei geral e surge um caso que não é abarcado por essa regra, então é correto (visto que o legislador falhou e errou por excesso de simplicidade), corrigir a omissão, dizendo o que o próprio legislador teria dito se estivesse presente, e que teria incluído na lei se tivesse previsto o caso em pauta. (pág. 125) (...)

41 A natureza do eqüitativo é uma correção da lei quando esta é deficiente em razão da sua universalidade. (pág. 125) (...)

42 Quem, em um acesso de forte emoção, voluntariamente se apunhala, pratica esse ato contrariando a reta razão da vida, e isso a lei não permite; age, portanto, injustamente. Mas contra quem? Certamente contra a cidade. (pág. 126) (...)

43 Não se diz que um homem agiu injustamente, se, tendo sofrido um mal, retribuiu com o mesmo mal. (pág. 126) (...)

44 Dividimos as virtudes da alma e dissemos que algumas são virtudes do caráter e outras do intelecto, e depois discutimos em detalhe as virtudes morais. Falaremos a seguir das outras. (...) a alma tem duas partes: a que concebe uma regra ou princípio racional, e a privada de razão. Façamos agora uma distinção semelhante no interior da primeira, admitindo que sejam duas as partes racionais: uma pela qual contemplamos as coisas cujas causas determinantes são invariáveis, e a outra pela qual contemplamos as coisas passíveis de variação. (pág. 128) (...)

45 Uma dessas partes pode ser chamada de científica, e calculativa, a outra; deliberar e calcular são as mesma coisa, mas ninguém delibera sobre coisas invariáveis. (pág. 129) (...)

46 São três os elementos da alma que controlam a ação e a verdade: sensação, razão e desejo. (pág. 129) (...)

47 A sensação não é princípio de qualquer ação refletida. (pág. 129) (...)

48 Desejo deliberado, para que a escolha seja acertada deve ser verdadeiro o raciocínio e reto o desejo. (pág. 129) (...)

49 A origem da ação (sua causa eficiente) é a escolha, e a origem da escolha, e o desejo e o raciocínio dirigido a algum fim. Eis o porquê de não poder a escolha existir sem a razão e o intelecto, nem sem uma disposição moral, pois as boas e as más ações não podem existir sem uma combinação de intelecto e de caráter. (pág. 129) (...)

50 A escolha, por conseguinte, ou é raciocínio desiderativo ou desejo raciocinativo (...) nada que é passado é objeto de escolha (...) ninguém delibera sobre o passado (...) Agaton “pois somente isso te ao próprio Deus vedado: considerar não sucedido o que já aconteceu”. (pág. 130) (...)

51 São cinco as disposições em virtude das quais a alma possui a verdade, (...) a arte, o conhecimento científico, a sabedoria prática, a sabedoria filosófica e a razão intuitiva (deixamos de lado o juízo e a opinião porque estes podem enganar-se) (pág. 130) (...)

52 Aquilo que conhecemos cientificamente não é capaz de ser de outra forma (...) o objeto de conhecimento cientifico, existe necessariamente; por conseqüência, ele é eterno (pág. 130) (...)

53 Na classe das coisas variáveis estão incluídas tanto as coisas produzidas quanto as coisas praticadas, pois há uma diferença entre produzir e agir. (pág. 131) (...)

54 Uma arte, sendo essencialmente uma capacidade raciocinada de produzir (...) toda arte relaciona-se à criação (...) de alguma coisa (...) cuja origem está em quem produz, e não no que é produzido. (...) a arte não se ocupa nem com as coisas que são ou que se geram por necessidade, nem com as que o fazem de acordo com a natureza. (pág. 131) (...)

55 “A arte ama o acaso, e o acaso, a arte”. (...) dizem respeito às coisas que podem ser do outro modo. (pág. 132) (...)

56 Sabedoria prática (...) ser capaz de deliberar bem acerca do que é bom e conveniente (...) a pessoa que é capaz de deliberar possui sabedoria prática (...) sabedoria prática não pode ser ciência, nem arte (...) verdadeira e raciocinada de agir no tocante às coisas que são boas ou más para o homem (pág. 132) (...)

57 Como são duas as partes da alma que se guiam pelo raciocínio, ela deve ser a virtude de uma das duas, ou melhor, daquela parte que forma opiniões, pois a opinião se relaciona com o variável (pág. 133) (...)

58 O conhecimento cientifico é um juízo acerca de coisas universais e necessárias (...) as disposições da alma pela quais possuímos a verdade (pág. 133) (...)

59 São o conhecimento cientifico, a sabedoria prática, a sabedoria filosófica e a razão intuitiva (...) é a razão intuitiva que apreende os primeiros princípios. (pág. 134) (...)

60 A sabedoria deve ser uma combinação da razão intuitiva com o conhecimento científico – uma ciência das coisas mais elevadas (...) o homem não é o que há de melhor no mundo. (pág. 134) (...)

61 A sabedoria filosófica não considera nenhuma das coisas que contribuem para tornar um homem feliz (pág. 141) (...)

62 A sabedoria filosófica produz felicidade, pois sendo ela uma parte da virtude inteira, torna o homem feliz por estar na sua posse e de atualizar-se. (pág. 142) (...)

63 Se o fim é nobre, a habilidade será merecedora de louvor, mas se for mau, a habilidade será meramente astúcia. (pág. 142) (...)

64 Há três espécies de disposições morais a ser evitadas: o vício, a incontinência e a bestialidade. (pág. 145) (...)

65 Parece que a cólera, até certo ponto, ouve o raciocínio; no entanto faz isso de maneira incompleta, como certos servos apressados que partem correndo antes de terminarmos de dizer o que queremos e cumprem às avessas a ordem que lhe foi dada, ou como os cães que ladram apenas porque ouvem bater à porta, sem antes ver se é uma pessoa amiga; e de maneira idêntica, a cólera, em razão de sua natureza ardente e impetuosa, embora ouvindo, não escuta as ordens e apressa-se em vingar-se. Quando o raciocínio ou a imaginação nos informa que fomos insultados ou desconsiderados, a cólera ferve imediatamente, como que concluindo que é preciso revidar contra qualquer coisa desse tipo. (pág.156) (...)

66 Um homem mau causará muito mais mal que um animal irracional. (...) as pessoas que não se arrependem não podem ser curadas. (pág. 158) (...)

67 Consideram pior um homem que, não estando sob efeito da cólera, fere uma pessoa, do que um outro homem que o fizesse levado pela cólera. (pág. 157) (...)

68 A fortaleza consiste em resistir, ao passo que a continência consiste em vencer (...) por essa razão, a continência é mais digna de escolha que a fortaleza. (pág. 159) (...)

69 Como diz Eveno (...) o hábito, meu amigo, é tão-somente uma longa prática que por fim faz-se natureza. (pág. 164) (...)

70 Devemos estabelecer não só a verdade, mas também a causa do erro – pois isso contribui para convencer, pois quando se dá uma explicação razoável do motivo pelo qual o falso parece verdadeiro, isso tende a fortalecer a crença no ponto de vista verdadeiro. (pág. 169) (...)

71 As pessoas jovens, por causa do processo de crescimento, encontram-se em uma condição análoga à dos ébrios, e a juventude é um estado agradável (...) Não existe nada que seja permanentemente agradável, pois nossa natureza não é simples (pág. 170) (...)

72 Ninguém escolheria viver sem amigos, ainda que dispusesse de todos os outros bens, os que detêm o poder são os que mais precisam de amigos (...) na pobreza e no infortúnio os amigos são o único refúgio. (pág. 172) (...)

73 Os legisladores preocupam-se mais com a amizade do que com a justiça, pois buscam assegurar acima de tudo a unanimidade, que parece assemelhar-se à amizade (...) o facciosismo, é o maior inimigo das cidades (pág. 172 e 173) (...)

74 Heráclito (...) “todas as coisas são geradas pelo antagonismo” (pág. 173) (...)

75 Apenas o bom e o agradável merecem ser amados. (pág. 174) (...)

76 Na velhice as pessoas buscam não o agradável, mas o útil. (pág. 175) (...)

77 Os que desejam ser honrados por homens bons e sábios, querem confirmar a boa opinião que fazem de si mesmos. (pág. 183) (...)

78 A injustiça é mais grave quando se manifesta para com os que são amigos. (pág. 185) (...)

79 Parece que os antigos sacrifícios e reuniões ocorriam após as colheitas como uma espécie de festa das primícias, pois era nessa época que os homens podiam se dedicar mais ao lazer. (pág. 186) (...)

80 Todos os homens, ou a maioria, desejam o que é nobre mas escolhem o que traz vantagem (pág. 192) (...)

81 É próprio da natureza humana não negar ajuda a um filho. (pág. 194) (...)

82 As discussões acerca de sentimentos e ações são tão definidas ou indefinidas quanto os seus objetos. (pág. 198) (...)

83 O que é mau não pode nem deve ser amado, pois ninguém tem o dever de amar o mau. (pág. 199) (...)

84 É próprio do homem bom pôr em prática o bem (...) Um homem dessa espécie só deseja ter o que é bom com a condição de continuar sendo o que é (...) ele deseja viver consigo mesmo, e o faz com prazer. (pág. 201) (...)

85 O prazer dos olhos é o início do amor. (pág. 203) (...)

86 As pessoas, na sua maioria, têm a [Memória] curta. (pág. 205) (...)

87 Todos os homens têm maior amor que ao que conseguiram graças ao esforço próprio. (pág. 206) (...)

88 A razão é o próprio homem. (pág. 208) (...)

89 Ninguém desejaria ser o dono do mundo se para isso a condição fosse viver só, pois o homem é um ser político e está em sua natureza viver em sociedade. (pág. 210) (...)

90 Não se pode manter com muitas pessoas a amizade que se baseia na virtude e no caráter de nossos amigos, e devemos dar-nos por felizes se encontrarmos uns poucos dessa espécie. (pág. 213) (...)

91 Ao educar os jovens, usamos os lemes do prazer e do sofrimento para o guiar. (pág. 216) (...)

92 Assim como coisas diferentes parecem preciosas às crianças e aos adultos, também aconteça o mesmo com as pessoas boas e as más. (pág. 228) (...)

93 O filósofo (...) é o mais auto-suficiente dos homens. (pág. 229) (...)

94 A vida conforme à razão é divina em comparação com a vida humana. (...) procuremos agir como imortais e esforçar-nos para viver de acordo com o que há de melhor em nós. (pág. 230) (...)

95 A felicidade perfeita é uma atividade contemplativa. (pág. 232) (...)

96 O filósofo é o mais feliz dos homens. (pág. 234) (...)

97 O homem comum não obedece por natureza ao sentimento de honra, mas unicamente ao medo, e não se abstém de más ações porque elas são ignóbeis, e sim por temer o castigo. (pág. 234) (...)

98 Alguns pensam que por natureza nos tornamos bons, outros pelo hábito, e outros pelo ensino. (pág. 235) (...)

99 Quanto à argumentação e ao ensino, receamos que não tenham uma influência poderosa em relação a todas as pessoas, mas é preciso cultivar primeiro a alma de quem aprende, por meio de hábitos, tornando-o capaz de gostar e sentir aversão da maneira correta, analogamente a como se prepara a terra que deve nutrir a semente. (pág. 235) (...)

100 Viver resolutamente uma vida temperante não é coisa que seduza as pessoas em sua maioria, sobretudo quando são jovens (...) as pessoas, em sua maioria, obedecem mais à necessidade que aos argumentos (pág. 235) (...)

101 As leis são, por assim dizer, as “obras de arte” da política (pág. 238) (...)

Ética
19/04/2013 10:21